quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Estratégia é tudo!

A notícia desta quinta-feira promete mexer com o mercado de TI mundial: a comissão européia anti-truste aprovou a aquisição da Sun pela Oracle, gigante mundial de banco de dados e ERP. A transação, no valor de US$ 7,6 bilhões, ainda deve passar pelo crivo de Rússia e China antes de ser concretizada. No entanto a própria Oracle tinha convicção que a comissão européia era a mais restritiva.
Dona de uma poderosa plataforma de banco de dados e uma respeitável suite de aplicações para ERP, a gigante Norte-americana poderá adicionar ao seu portfólio várias soluções em mercados que não possuia anteriormente.
Adquirindo a Sun, a Oracle também será detententora da disseminada tecnologia Java. Tal tecnologia, bastante utilizada e difundida em aplicações principalmente por sua portabilidade (uma vez que permite que aplicações rodem independentes do SO nas quais se encontram) é talvez um dos produtos mais conhecidos da Sun. Tendo controle sobre ela, a Oracle poderá otimizar ainda mais a plataforma, amplamente utilizada com seus próprios bancos de dados.
Além disso, a Oracle terá em mãos um sistema operacional que, apesar de não ser líder de mercado, é um SO bastante maduro. Em sua versão 10, o Solaris, que tem uma versão corporativa bastante interessante, é outro produto que deve merecer a atenção da Oracle.
Além destes dois, o MySQL também pode entrar no portfólio da Oracle. Sendo um dos bancos de dados gratuitos mais utilizados no mercado, e com uma evolução considerável nos últimos anos, a plataforma de banco de dados da Sun também pode ter papel importante para a Oracle principalmente no mercado de Pequenas e Médias Empresas.
No entanto, nenhuma das aquisições anteriores é tão importante estrategicamente para a Oracle quanto a divisão de hardware, principalmente a de servidores. Bastante respeitados internacionalmente, os servidores da Sun farão parte do portfólio da Oracle, e que provavelmente serão otimizados para rodar aplicações da empresa.
Enfim, esta promete ser uma das maiores aquisições do mercado de TI até hoje, não pelo estágio atual, mas pela proporção e magnitude que a Oracle pode atingir se conseguir evoluir todas as linhas de produtos que possui hoje. Além disso, já que detém estas plataformas, poderá perfeitamente otimizá-las para rodar suas próprias aplicações. Entretanto é bastante improvável que a Oracle cobre pela utilização das plataformas que hoje são livres, como Java e o MySQL. Não há maneira de saber atualmente qual será a estratégia exata da Oracle caso a aquisição se confirme. Resta-nos esperar até o dia 27 de janeiro, quando Larry Ellisson, CEO da Oracle, anunciará publicamente a estratégia da gigante (que se tornará literalmente um monstro).

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

E a Apple sai na frente...de novo...


É impressionante o status de vanguarda que a Apple tomou no mundo das tecnologias. E, por mais que estes equipamentos não sejam os melhores (alguns celulares da Nokia são bem melhores que o iPhone, por exemplo, mas este continua com uma participação no mercado muito maior que o anterior), o status da Apple a permite encabeçar algumas iniciativas tecnológicas.
O post de hoje é para falar de uma notícia recentemente veiculada de que a Apple estaria estudando a possibilidade de integra um leitor RFID em sua próxima geração de iPhones. Já fiz um post sobre RFID aqui no blog há algum tempo atrás. Enfatizei que não acredito nesta tecnologia para adoção de um mercado de massa. No entanto sua utilização em aplicações de valor agregado é bastante interessante.
Mas o que a Apple quer com isto? Há uma grande movimentação por parte das operadoras de cartão de crédito (principalmente Visa e MasterCard), para que os cartões de crédito sejam integrados aos aparelhos celulares pessoais de seus clientes. O Bradesco aqui no Brasil já efetuou testes com sucesso desta tecnologia. Porém o teste era inserindo uma tag (ou uma etiqueta) no equipamento; e não um leitor.
A disponibilidade do leitor dentro do aparelho aumenta e muito a gama de possibilidades da tecnologia. No futuro, quando o consumidor quiser saber onde foi fabricada a sua impressora, bastará aproximar seu iPhone de seu produto e ele saberá toda a cadeia logística do equipamento que está comprando. Porque uma impressora? A HP já disponibiliza esta solução (para uso interno, mas nada que o mercado não consiga mudar).
Enfim, a Apple mais uma vez sai na frente, tentando disponibilizar uma tecnologia que talvez nem ela mesmo saiba se é útil e o quanto é. O que acontece é que ela se alinha com um mercado bastante promissor e exigente, e que sempre se movimentou para que as pessoas comprassem mais. Não tem como esta "parceria" não vingar...